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Corporation

Documentário Premiadopor Giuseppe ReginaAs corporações eram insignificantes 150 anos atrás, todavia, hoje, elas são onipresentes e dominantes no cenário mundial. Interferem na política, cultura, economia e destinos de quase todos os países. O filme The Corporation mostra a natureza, a evolução, o impacto e o prognóstico do futuro das corporações. No início, as empresas eram personificadas pelos seus donos, que eram responsabilizados por qualquer erro cometido no âmbito de suas atividades. Entretanto, no fim do século XIX, as corporações tiraram vantagem da 14ª emenda da Constituição Americana, permitindo assim que as corporações se tornassem pessoas jurídicas com limitada responsabilidade recaindo sobre os donos das mesmas. Portanto, as corporações passaram a se servir como escudos para que seus donos e gestores tomassem decisões sem terem que prestar contas, até que eclodisse a crise de confiança que abalou algumas grandes corporações ao redor do mundo, como por exemplo, a ERON, WORLDCOM, PARMALAT e etc.O documentário afirma que as corporações se vangloriam que estão sempre criando produtos que melhoram a vidas das pessoas e por isto preenchem seu objetivo de “responsabilidade social”, mas na verdade o único objetivo de uma corporação é maximizar a riqueza dos seus acionistas, e por isto produzem lucros crescentes ao longo do tempo. Para atingir este objetivo, as corporações externalizam custos que não estão diretamente ligados a sua produção ou seu ambiente interno. Por exemplo, as montadoras de automóveis produzem milhares de carros anualmente, porém não são responsáveis por construir estradas ou alargar as existentes para evitar congestionamentos. O Estado é quem é o responsável por resolver tal impasse. Entretanto, estas mesmas corporações que diziam que melhoravam a vida das pessoas, tinham dificuldades de lidar com a qualidade de vida de seus funcionários. As corporações tomavam decisões objetivando pagar salários mais baixos, e quando isto não era possível, transferiam sua produção para países com mão de obra barata, permanecendo nestes países até quando a mão de obra ficar caro, partindo então para outro país com mão de obra barata e assim sucessivamente. Inclusive, muitas corporações já utilizaram mão de obra infantil por causa do seu baixo custo.Segundo o filme, as Corporações também tomavam de decisões que acarretava danos à saúde do ser humano ao longo do tempo. Foi a partir de 1940, que novos produtos químicos foram criados que se caracterizavam pelo baixo custo e fornecimento ilimitado. Por exemplo, foi criado o pesticida DDT que foi largamente utilizado na agricultura e na desinfecção de pessoas e lugares. Porém, depois de vários estudos ao longo do tempo, verificou-se que o pesticida DDT e outros produtos químicos causavam problemas para a saúde do ser humano e até mesmo a morte. Muitas das corporações que desenvolveram tais produtos químicos, tentaram reduzir os risco deste produtos para a saúde do ser humano, e divulgavam que tinham conseguido tal proeza, porém a maioria das corporações sabiam que ainda assim seus produtos causavam danos a saúde das pessoas que utilizavam direta ou indiretamente seus produtos.Não só as corporações criavam produtos que faziam mal ao ser humano, mas também se descuidavam dos animais. Elas se utilizavam de animais para testar seus novos produtos, e alguns destes produtos eram aprovados para utilização ou consumo pelos seres humanos, apesar das corporações terem conhecimento de riscos a saúde do animal e um risco potencial para intoxicar seres humanos. Um exemplo disto, foi a vacina desenvolvida pela Monsato para aumentar a produção de leite nas vacas do sul dos EUA. Apesar da empresa saber que a vacina trazia riscos para as vacas, ela omitiu este fato para os produtores e os consumidores. Consequentemente, os produtores precisavam administrar antibióticos nas vacas para que as mesmas não desenvolvessem infecções e, por conseguinte, as pessoas consumiam o antibiótico indiretamente ao beber o leite.As corporações também afetavam negativamente o meio ambiente, denuncia o documentário. As mesmas extraem recursos da natureza, processa-os em forma de produtos e devolve para a natureza em forma de dejetos industriais, além do lixo produzido pelos consumidores destes produtos. O sistema de suporte a vida do planeta está morrendo pouco a pouco, o efeito estufa é um exemplo disto. As corporações não estão se esforçando para mudar este quadro de tragédia ambiental. Por exemplo, os EUA, por solicitação de suas corporações, não assinaram o Protocolo de Kyoto, que prevê a redução de emissão de gases tóxicos na atmosfera, e este é um problema que será deixado para as futuras gerações resolverem. As corporações sempre calculam o custo/benefício para tomar qualquer decisão, neste caso é mais barato pagar multas ou acordos do que o custo de mudar processos e/ou desenvolver novas tecnologias para prevenir esta situação.Em determinado momento, o documentário expõe o que ele chama de “Princípios Monstruosos”, comentado que a corporação é uma instituição que segue princípios errados do ponto de vista moral e ético. Entretanto, o mesmo afirma que as corporações são formadas por profissionais que tem elevada noção de moral e ética, e por que eles não conseguem mudar esta cultura das corporações? A resposta é que estes profissionais temem serem demitidos. Portanto, estes profissionais têm que continuar a fazer o que é moralmente errado, se quiser continuar a trabalhar em determinada corporação. Um exemplo chocante foi o relato de um broker que afirma que “existem oportunidades na devastação” se referindo ao ataque de 11 de setembro às torres gêmeas, e assim que soube do acontecimento perguntou “como está nossa posição de ouro?”. Isto é conseqüência dos “Princípios Monstruosos” que obriga aos profissionais produzirem lucros crescentes a qualquer custo.
ass:Andre A.Pereira
ass:Raul E. Sousa
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